A troco de goluseimas e artigos de mercearia...
Postado por
Anónimo
em sexta-feira, 19 de outubro de 2007
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Li, hoje, no DN, esta notícia, que me arrepiou e que transcrevo para aqui:
Etiquetas:
Abuso sexual,
Crianças
*Tribunal julga pai por forçar filhas à prostituição*«Duas jovens de Celorico de Basto acusam o pai de abuso sexual e de terem sido por ele obrigadas a prostituir-se a troco de guloseimas e artigos de mercearia. A história de Cátia e Natália, passada em Queiriz, na freguesia de Agilde, leva o povo a querer a prisão de António Pinto, acusado de ter sujeitado as filhas a uma orgia com sete homens e obrigado a abortar. Hoje, no Tribunal de Celorico de Basto, serão proferidas as alegações finais deste caso que senta no banco dos réus o pai e a mãe, acusada de cumplicidade.As vítimas - Natália, de 22 anos e Cátia, de 17 - depõem contra o pai no processo. Abandonaram a casa onde foram abusadas entre 1999 e 2004. Quanto aos pais, aguardam o resultado do julgamento em liberdade com termo de identidade e residência. A primeira denúncia, feita há sete anos, partiu do dono do café vizinho, "O Chaves". José Jorge alertou a GNR, depôs na Polícia Judiciária de Braga e na Segurança Social, "quer pessoalmente, quer por escrito". Também a população de Queiriz protestou e um abaixo-assinado foi posto a circular na aldeia a repudiar a "casa de prostituição".Nas contas de José Jorge, terão vindo "trezentos clientes, talvez mais", vindos de um "raio de 40 quilómetros", de Braga ao Porto. "Vinham várias vezes por semana, em bons carros, e faziam fila às duas da manhã, era uma loucura", conta ao DN. "Ao sair da casa, gabavam-se, no café, dos abusos e poucas-vergonhas. Até as miúdas já tinham dinheiro para comprar gelados e comiam doces deles", recorda o dono do café.O comerciante quer, todavia, deixar claro que nunca foi à casa ou viu lá "pagar por sexo; mas ouviu chapas a mexer, gritos, vozes.O pai [António Pinto] dizia-me que 'comia' as filhas as vezes que queria, sobretudo a mais velha, porque tinha sido ele que as fez e eram boas". José Jorge afirma, ainda, ter visto uma das jovens envolvida com um homem num carro, no monte adjacente. Chamou logo a GNR, que "não tinha jipe para a ocorrência, porque havia festa em Gandarela".As investigações nada concluíram na altura e os populares falam em negligência do Estado, pois "as miúdas eram adolescentes e evitava-se estragar-lhes a vida". "Isto fica longe de tudo e ninguém liga a nada", reforça Jorge Leite, morador em Queiriz. Há três anos, o Ministério Público acusou António Pinto de lenocínio - ficou oito meses em prisão preventiva em Vila Real, pelo "perigo de continuação de actividade
perigosa" - e de tráfico de armas, graças às três pistolas achadas sob o colchão da cama do casal."Vai matar-se se for preso."António Pinto "está doente e com tonturas", na sequência de um acidente de viação ocorrido há alguns meses, explica a esposa. Rosa Cardeal nega que o marido tenha abusado das filhas e as tenha obrigado à prostituição ou a "desmanchos" (abortos). "É mentira. Ele prefere morrer do que tocar-lhes e quer matar-se se voltar para a cadeia, já o tentou fazer com garrafão de lixívia quando esteve preso na cadeia de Real", assume Rosa, à porta de sua casa, onde a degradação salta à vista. Até 2004, altura em que as filhas mais velhas saíram de casa, viviam ali oito pessoas, mantendo-se graças a apoios da Segurança Social.Com cinco filhos, três netos e casada há 24 anos, Rosa Cardeal "nada" tem a apontar ao marido. "Este caso é vingança da Natália, dormia cá com um homem que a engravidou, quis sair de casa apesar de ninguém a querer expulsar e abortou em Paços de Ferreira, onde está casada com outro e tem um filho", revela.Rosa Cardeal acredita que a única altura em que as filhas poderão ter-se envolvido com homens dentro de casa era ao fim-de-semana, em que ela trabalhava como vendedora ambulante: "Nunca vi nada, esta é uma casa digna", insiste, antes de sublinhar: "As miúdas estão na idade, podem ter namorados, e se por acaso não forem sérias, a culpa não é do pai."Cátia foi "violada" por um idoso já falecido, conta Rosa, que não fez queixa "porque foi coisa pouca e ele era boa pessoa, dava dinheiro e mercearia". Cátia, de 17 anos, está numa valência da Segurança Social de Braga, com o filho de 2 anos, cujo pai é Flávio Silva. Este seu namorado, de 26 anos, vive na casa de António Pinto. "No tribunal depus pelos pais dela, que me prometeram no fim disto poder casar pelo civil", declarou Flávio ao DN.As análises realizadas no Hospital de Guimarães, em 2004, no âmbito do processo judicial, confirmaram que as duas filhas mais novas - agora com 19 anos (e 11 anos à época dos factos) e nove anos - eram virgens, ao contrário de Natália e Cátia, que depuseram contra os pais.»
Esta notícia suscita-me um único comentário: distribuam-se mais computadores a preços irrisórios, despenalize-se o aborto e, em simultâneo, criem-se mais incentivos à natalidade... sobretudo num País, a cujas regiões mais recônditas, onde a "civilização" quase não chega, se vive, ainda, em pleno século XXI, situações de absoluta degradação da Vida Humana e da Família.
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