Cobardia de viver
Postado por
Maria Sá Carneiro
em sábado, 19 de abril de 2008
...
A vida é por vezes, eu diria muitas vezes até,difícil de encarar, de enfrentar.
Sobretudo a partir de uma certa idade, em que já não somos novos, mas também ainda não temos as desculpas de sermos velhos. Que já não carece, que já não adianta, que estamos velhos, sendo que a idade deveria ser, um sinal de sabedoria, como no oriente, e não só, como na sociedade, sobretudo europeia, sinonimo de inutilidade, e de fardo para os mais novos.
Hoje dei por mim a pensar na estupidez em que estruturei a minha vida, nas defesas que construi, nas barreiras que criei à vida.
A idade foi avançando, os desgostos sucederam-se, condicionaram a minha maneira de estar na vida, sem que me tivesse dado conta.
A morte rondou-me vezes demais, chegou em forma de acidente brutal, de doenças sem retorno, a canseira de ter que aguentar, de ter que reagir, de como se diz, tocar a vida para a frente.
Dei-me conta que vesti essa armadura de guerreira, sem querer, empurrada pela necessidade de mostrar que era capaz, mordi-me por dentro, enrolei-me, numa suposta força hereditária.
Em teorias absolutistas de verdades imutáveis, fui correndo, fugindo de mim, atafulhando-me de trabalhos impossíveis, de metas impossíveis, de objectivos impróprios para cardíacos.
Coragem, determinação, força, eram os meus predicados preferidos.
Hoje dou-me conta que me enrolei, que fugi dos meus problemas, que construi uma vida para fugir à verdade.
A verdade é que "ganhei" medo de viver, que corri, fugi para a frente, para não enfrentar os meus desgostos, para não ter tempo, sequer de pensar.
Trabalhei, construi a minha vida de trabalho, de maneira a ter sempre montes de trabalho...
De maneira a não poder usufruir da vida, a não pensar, a no fundo a não viver.
Mas, nunca é tarde...
Sobretudo a partir de uma certa idade, em que já não somos novos, mas também ainda não temos as desculpas de sermos velhos. Que já não carece, que já não adianta, que estamos velhos, sendo que a idade deveria ser, um sinal de sabedoria, como no oriente, e não só, como na sociedade, sobretudo europeia, sinonimo de inutilidade, e de fardo para os mais novos.
Hoje dei por mim a pensar na estupidez em que estruturei a minha vida, nas defesas que construi, nas barreiras que criei à vida.
A idade foi avançando, os desgostos sucederam-se, condicionaram a minha maneira de estar na vida, sem que me tivesse dado conta.
A morte rondou-me vezes demais, chegou em forma de acidente brutal, de doenças sem retorno, a canseira de ter que aguentar, de ter que reagir, de como se diz, tocar a vida para a frente.
Dei-me conta que vesti essa armadura de guerreira, sem querer, empurrada pela necessidade de mostrar que era capaz, mordi-me por dentro, enrolei-me, numa suposta força hereditária.
Em teorias absolutistas de verdades imutáveis, fui correndo, fugindo de mim, atafulhando-me de trabalhos impossíveis, de metas impossíveis, de objectivos impróprios para cardíacos.
Coragem, determinação, força, eram os meus predicados preferidos.
Hoje dou-me conta que me enrolei, que fugi dos meus problemas, que construi uma vida para fugir à verdade.
A verdade é que "ganhei" medo de viver, que corri, fugi para a frente, para não enfrentar os meus desgostos, para não ter tempo, sequer de pensar.
Trabalhei, construi a minha vida de trabalho, de maneira a ter sempre montes de trabalho...
De maneira a não poder usufruir da vida, a não pensar, a no fundo a não viver.
Mas, nunca é tarde...
Maria Sá Carneiro
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