"Vitória, vitória, acabou-se a história"
Postado por
Curiosa Qb
em terça-feira, 21 de outubro de 2008
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Nos Açores, a recente eleição para a Assembleia Legislativa Regional, teve por vencedor o socialista Carlos César que celebra uma “maioria absoluta”. No que toca a este resultado vitorioso, independentemente de ter ganho em todas as freguesias, é de referir que não só o PS não teve essa dita absoluta, como também perdeu um mandato. A vitória pertence, em verdade nua e crua, à abstenção que atingiu um máximo.
Em comparação com as últimas eleições, se atentarmos nos dados disponibilizados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), verificamos que:
Em comparação com as últimas eleições, se atentarmos nos dados disponibilizados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), verificamos que:
- Apesar de se ter verificado um aumento de 3.282 eleitores inscritos, dirigiram-se às urnas menos 15.346 cidadãos recenseados;
- A abstenção - mais 12.514 que o total dos restantes em análise - subiu 8,9%, que somando ao aumento dos votos em branco (1,05%) e nulos (0,09%) perfaz um acréscimo de 10,04% de falta de intento eleitoral;
- Com excepção do PS que perdeu 7% de votos e do PSD e CDS que anteriormente se coligaram - logo, comparar não é possível -, os restantes partidos tiveram um aumento de eleitores, sendo o mais significativo no BE (2,33%).
Não constando no passado fim-de-semana qualquer temporal nos Açores, Carlos César maquilha o óbvio afirmando que este pico abstencionista se deve à “presunção de vitória que havia à volta do PS”. Está claro que falha a oposição em alternativa, assim foi e provavelmente assim será nas próximas eleições para a Assembleia da República, mas nesta água benta de não comparência às urnas o grande número é como canta Sam The Kid:
E eu sou a percentagem qu'a sondagem nunca mostra,
Eu sou a mente exausta da miragem mal composta,
Eu sou a indiferença e a insatisfação,
Eu sou a anti-comparência, eu sou abstenção.
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