Fragmentos
Postado por
Maria Sá Carneiro
em quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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Não sei onde me perdi, se numa esquina, numa avenida, se dentro de alguém que amei.
Perdi-me mim, baralhei-me, compliquei-me, parti-me. A alma partiu-se, fragmentou-se.
Não sei se foi por ter sido mal amada, se foi por amar demais quem não merecia.
Se me entreguei demais, se me atirei de cabeça, alma e coração, nos braços não daquele que estava na minha frente, mas daquele que trazia comigo desde míuda, o sonho do amor-perfeito.
Todos guardamos no mais profundo intimo, sonhos, desejos de crianças, que nunca conseguimos realizar. Alguns desistem, enterram tudo isso num qualquer arquivo morto, para não sentirem dor.
Outros sonham, esperam, desejam, desesperam, choram, vivem na fronteira entre desistir e o não serem capazes de se render “à vidinha” quadrada sem sal.
Quem não quer viver a chama da paixão, o coração a bater descompassadamente por “aquele”, o tal. Para nós o mais bonito, o mais meigo, o amor-perfeito.
É nesse é, será, não é, que a minha alma se partiu, que perdi o rumo certo a seguir, porque sabes?
Amei-te com todas as minhas forças, dei-te o melhor e o pior de mim, despi-me da minha pele para ser apenas e unicamente tua!
Ser tua e para ti, dar-te a conhecer todos os meus poros, todo o meu eu, entreguei-me de alma e coração.
Despi-me de todos os preconceitos de uma educação rígida, para ser tua amante, mulher e companheira, briguei com as regras que me incutiram desde sempre, ultrapassei-me na esperança de me misturar contigo, de nos fundirmos num só corpo, num só coração e numa só alma.
Foste a minha vida, a minha esperança, de deixar a menina triste a quem roubaram a infância, foste o meu sol, o meu arco-íris.
Uma coisa te podes gabar, fizeste de mim outra pessoa!
Uma mulher triste!
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