Nós e os Outros
Postado por
Maria Sá Carneiro
em sábado, 1 de novembro de 2008
...
Hoje queria voar de mim, sair daqui, abandonar-me, despir-me de mim, desta pele cansada. Sinto-me estacionada, parada, com dificuldade de andar.
Nem eu própria me entendo, me reconheço, me sinto em mim.
Quero crer que quando as coisas estão mais equilibradas, é estranho, bizarro, parece sempre que vai acontecer alguma coisa.
Dou por mim muitas vezes a pensar que se calhar não sei viver, sem ser a correr contra a vida, desafiando a morte.
Hoje ligou-me um amigo meu, com quem já não falava há muito tempo, e ficou tão espantado com as minhas repostas, que reconheço que me fez confusão, não sou de me lamentar, mas de facto este ano tem sido um verdadeiro inferno. Ele estava boquiaberto por estar tudo bem, é certo que depois da tempestade vem a bonança, dizem…
Mas voltando ao começo, não me perdendo em atalhos sem nenhuma saída digna, arrastando-me em explicações cientificas, e nesta altura já é só bocejos.
Queria sair de mim, sentir-me livre, coesa e segura. Voar para longe deste pequeno país onde tudo é uma bandalheira.
Queria tocar o céu, ver o nascer do sol, o por do sol, sem ter tantas defesas, sem me sentir tão presa à educação que me deram. No fundo ser mais livre do contexto social que me impingiram, deste conjunto de regras que mesmo com muita luta, alguns cunhos me amarram.
Tenho aprendido tanta coisa no centro, nesta fase de organização do Magusto, a animação com que cada caixa é recebida, os sorrisos ao verem cada peça, tanta coisa nos irrita, pequenas contrariedades que no fundo nada valem.
É uma experiência única, sinto-me pequena ao lado de todos eles.
Habituamo-nos a queixarmos nos de tudo e de nada, parece que o tempo nos come a verdadeira essência, a paixão pela verdade, pela vida, pelo amor ao próximo. Tudo nos irrita, os pobres, os arrumadores, os velhos na rua, parece que neles vemos partes de nós, medo do futuro, do abandono, nesta sociedade consumista e maldosa.
Vale tanta a pena ajudar, numa causa, uma pessoa, é mel para a alma, não conseguiremos ser mais Gente?
Voemos nem que sejam por breves momentos, dediquemos algum do nosso tempo para os outros. Tenhamos a coragem de nos levantarmos do nosso sofá já moldado ao nosso corpo, larguemos as novelas que negamos ver, e vamos voar, ajudar, lavar a nossa alma.
Nem eu própria me entendo, me reconheço, me sinto em mim.
Quero crer que quando as coisas estão mais equilibradas, é estranho, bizarro, parece sempre que vai acontecer alguma coisa.
Dou por mim muitas vezes a pensar que se calhar não sei viver, sem ser a correr contra a vida, desafiando a morte.
Hoje ligou-me um amigo meu, com quem já não falava há muito tempo, e ficou tão espantado com as minhas repostas, que reconheço que me fez confusão, não sou de me lamentar, mas de facto este ano tem sido um verdadeiro inferno. Ele estava boquiaberto por estar tudo bem, é certo que depois da tempestade vem a bonança, dizem…
Mas voltando ao começo, não me perdendo em atalhos sem nenhuma saída digna, arrastando-me em explicações cientificas, e nesta altura já é só bocejos.
Queria sair de mim, sentir-me livre, coesa e segura. Voar para longe deste pequeno país onde tudo é uma bandalheira.
Queria tocar o céu, ver o nascer do sol, o por do sol, sem ter tantas defesas, sem me sentir tão presa à educação que me deram. No fundo ser mais livre do contexto social que me impingiram, deste conjunto de regras que mesmo com muita luta, alguns cunhos me amarram.
Tenho aprendido tanta coisa no centro, nesta fase de organização do Magusto, a animação com que cada caixa é recebida, os sorrisos ao verem cada peça, tanta coisa nos irrita, pequenas contrariedades que no fundo nada valem.
É uma experiência única, sinto-me pequena ao lado de todos eles.
Habituamo-nos a queixarmos nos de tudo e de nada, parece que o tempo nos come a verdadeira essência, a paixão pela verdade, pela vida, pelo amor ao próximo. Tudo nos irrita, os pobres, os arrumadores, os velhos na rua, parece que neles vemos partes de nós, medo do futuro, do abandono, nesta sociedade consumista e maldosa.
Vale tanta a pena ajudar, numa causa, uma pessoa, é mel para a alma, não conseguiremos ser mais Gente?
Voemos nem que sejam por breves momentos, dediquemos algum do nosso tempo para os outros. Tenhamos a coragem de nos levantarmos do nosso sofá já moldado ao nosso corpo, larguemos as novelas que negamos ver, e vamos voar, ajudar, lavar a nossa alma.
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