Reminiscências
Postado por
Curiosa Qb
em quarta-feira, 20 de maio de 2009
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Sobre os badalados acontecimentos na Escola 2+3 Sá Couto em Espinho, recordo-me que nos meus tempos de liceu, no 11º ano a minha turma tinha tanto de heterogénea como de unida.
Calhou-nos uma professora de matemática que dava lá aulas desde a inauguração do estabelecimento e com fama de ser das melhores. Era tão boa, tão boa, que teve o azar do marido lhe pedir o divórcio.
No meio da sua turbulência pessoal, a senhora não tinha nos últimos anos muita queda para o ensino, despejava a matéria num relâmpago e às dúvidas generalizadas respondia com depreciações aos alunos, que ao insistirem na falta de entendimento era indicada a porta da rua como serventia da sala.
Nesse ano, a coisa foi-se agravando ao ponto dos melhores alunos explicarem o pouco que sabiam aos outros, até que vieram as avaliações e fomos todos corridos a “não satisfaz”.
O concelho directivo não mexeu uma palha até que todos os pais se insurgiram e lá a professora foi chamada à razão. Na aula seguinte ao encosto, entre ironias, desculpabilizou-se com a sua fase pessoal enfatizando que errar é humano e que ao chamar-nos burros e atrasados mentais não tinha intenção de nos ofender, ao que responde uma colega minha: eu não ando bem, se disser à sôtora que é uma grande cabra, vai compreender porque errar é humano.
A turma toda aplaudiu de pé, a professora sai da sala e na aula seguinte tinhamos novo professor. No final do ano não passámos todos, mas a maioria não teve que repetir.
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