Saudade!
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Nove anos passados e ainda me parece que foi ontem! Já não sinto o mesmo desespero, mas acordo sempre neste dia com um nó da garganta, uma angústia, uma tristeza e uma grande saudade.
Infelizmente já vi muita gente partir, mas Tu, Pai, Riqui, Papi, fazes-me muita falta. Meu Pai, meu amigo e meu companheiro.
Tantas horas de conversa, ensinaste-me tanta coisa, ficou um vazio tão grande.
Pouco tempo depois veio o Puto Maravilha, o Luís que por uma coincidência fez hoje a primeira Comunhão, estranha esta vida! É confuso neste dia ter uma festa, confesso que passei o dia baralhada com esta coincidência.
É um míudo de uma afectividade, uma ternura, aqui há uns tempos dormiu cá em casa, comigo, acordei com ele a abraçar-me. Tem os teus olhos doces!
Mas continuo por vezes a achar que te vislumbro no meio das pessoas que passam na rua, tento olhar o mar e sentir a tua força.
Tanta gente que perdemos, uns que partem como tu, outros o ritmo da vida afasta-os, outros perdem-se por aí!
Tantas vezes nos sentimos sós, no meio de tantos, que são os primeiros por vezes a esquecerem-se de todo o afecto e atenção que lhes demos.
Parece que de repente tudo mudou, se inverteu, os princípios, valores, a solidariedade, parecemos tontos no meio de um mundo dourado, que não existe. Vale a aparência, o dinheiro, a posição, nem sei bem de que!
Enfim continuo a tentar manter-me em mim, com aquilo que me ensinaste, o brilho da alma, o coração quente, seguindo segura, mas sempre contigo!