Eu nos outros!
Postado por
Maria Sá Carneiro
em quarta-feira, 1 de julho de 2009
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Queria que os meus dedos voassem pelo teclado fora, escrever ao ritmo do meu pensamento, dos meus eternos dilemas e dúvidas!
Nem que fosse por momentos queria agradar a todos e a ninguém, queria não ter tanta paixão dentro de mim, tanto para dar, acima de tudo queria ter a coragem de pensar primeiro em mim, depois nos outros, filhas excluídas.
Apenas deixar a vida fluir ao ritmo da brisa fresca e calma, do laisser-faire, laissez-passer.
Muitas vezes penso o que teria sido a minha vida, se tivesse dito alguns nãos, como o deveria ter feito.
Talvez tenha crescido com muitas imagens de heróis, de gente que tudo esperava de mim, e que tão pouco amor me deu. Serão tantos desses desgostos, tantos desses esforços que trouxeram até aqui, tornando-me até um pouco tonta em face dos outros, sempre a querer agradar, uma palerma do faz o favor e obrigado!
Não sei bem, se me arrependo ou me rebento de ser assim, talvez um pouco das duas. Habituei-me ao facto de não me darem amor, de não ser merecedora de amor, acho que sempre me senti a mais.
Viver o fruto antes do tempo, assim me disse alguém, mas eu não fui capaz de ouvir, escutar e entender. Pena…
Por vezes necessitamos parar, pensar, olhar para dentro de nós, tentar entender porque ainda sofremos de dores tão longínquas no tempo e no espaço. Alguém me disse uma vez, alguém que mal me conhece…Inquietude!
Há muito tempo que uma palavra não me soava tão verdade, “como uma luva”.
Essa inquietude que muda de cor, de nome, de luz, é provavelmente esse “buraco” que me ficou de pequena, que me tornou insegura, e frágil.
Uma aparente força, um ar de prontidão de guerra, que deixa em mim um lastro de dor.
Às vezes sorrio para dentro ao ouvir, como consegues?
É apenas uma questão de não ter alternativa, ou de não a conseguir criar!
Enfim pensamentos soltos, num mundo que cada vez mais vive de si para si, em que nos sentimos desenquadrados!
Em altura de muito trabalho, e de necessidade de reflectir, provavelmente será mais complicado ter tempo e alma para escrever.
Mas vou voltando!
E para o vosso e meu bem, espero melhor, do que esta enfadonha!
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