Adeus, Esperança!
...
Palavras que disseste e já não dizes,
Palavras como um sol que me aqueciam,
Olhos loucos de um vento que soprava
Nos olhos felizes que eram meus...
Palavras que disseste e que diziam
segredos que eram lentas madrugadas,
promessas (im)perfeitas, murmuradas
enquanto os nossos beijos permitiam.
Palavras que já não me dizias há tanto tempo
Esquecidas para mim, são ditas a outro alguém,
Deixei de as ouvir, o teu amor ficou além
Acreditei sempre em ti, no meio de nenhuma sombra
Adoras-me?! Gostas muito de mim?!
Tudo o que, naquele dia, ouvi de ti foi com o vento!
Junto-me agora ao Tempo, meu companheiro fiel,
Não posso ser duas pessoas, uma não cabe na outra
Resignei-me, já não luto, apenas engulo o fel.
Amor, querer, desejo, nunca deixei de te sentir
Mas são palavras minhas, apenas e só minhas,
Persistem na memória magoada que arrasto pelas ruas.
Recordações? Essas, ficam, não as jogarei fora
Momentos, apenas momentos, o que vivemos,
Para toda a eternidade, guardá-los-ei!
Como lembranças, longínquas, de nós!