CANCRO DA MAMA
Postado por
Anónimo
em sábado, 17 de novembro de 2007
...
É um dos tumores mais comuns entre as mulheres, mas que também pode afectar os homens.
Todos os anos são diagnosticados 4.500 novos casos. A doença vitima 1.500 mulheres, anualmente, no nosso País. As outras 3.000 lutam contra a doença e conseguem vencê-la!!
Zulmira (Z.) é uma dessas mulheres!!
Todos os anos são diagnosticados 4.500 novos casos. A doença vitima 1.500 mulheres, anualmente, no nosso País. As outras 3.000 lutam contra a doença e conseguem vencê-la!!
Zulmira (Z.) é uma dessas mulheres!!
Tem 74 anos preenchidos de muitas alegrias mas também muito sofrimento: 4 cirurgias "no papo" - uma histerectomia parcial (com 36 anos), duas próteses totais das ancas (uma já revista e substituída) e uma gastrectomia (há 8 anos) por neoplasia do estômago.
Deixo-lhe aqui uma homenagem, e a todas as mulheres que passam ou passaram pela angústia, tristeza e revolta (porque consideram sempre que só a elas tal acontece!) a quem a doença cancerígena atinge!!
Com Z. tudo tinha corrido bem até ali e, apesar de no auto-exame não ter palpado nada de anormal, lá foi fazer a sua mamografia de rotina. Dias depois, recebe o exame com o relatório médico.
Curiosa, sempre que realiza exames, abre o envelope e lê os respectivos relatórios, não vá o diabo tecê-las!!
Para ter a certeza de que nada de anormal ocorre, procura sempre a opinião da filha, licenciada em Radiologia e que lida, diariamente, com os mais diversos tipos de doença!...
Dia 28.10, sábado.
A., filha de Z., recebe um telefonema da mãe para que fosse almoçar a casa dos pais, como muito frequentemente, faz.
Deixo-lhe aqui uma homenagem, e a todas as mulheres que passam ou passaram pela angústia, tristeza e revolta (porque consideram sempre que só a elas tal acontece!) a quem a doença cancerígena atinge!!
Com Z. tudo tinha corrido bem até ali e, apesar de no auto-exame não ter palpado nada de anormal, lá foi fazer a sua mamografia de rotina. Dias depois, recebe o exame com o relatório médico.
Curiosa, sempre que realiza exames, abre o envelope e lê os respectivos relatórios, não vá o diabo tecê-las!!
Para ter a certeza de que nada de anormal ocorre, procura sempre a opinião da filha, licenciada em Radiologia e que lida, diariamente, com os mais diversos tipos de doença!...
Dia 28.10, sábado.
A., filha de Z., recebe um telefonema da mãe para que fosse almoçar a casa dos pais, como muito frequentemente, faz.
Mas desta vez foi Z. que a convidou, prévia e expressamente: «Anda cá a casa almoçar, amanhã. Quero que vejas a mamografia que fiz e me dês a tua opinião. Não gosto nada do que diz o relatório.»
Dia 29.10, domingo
Almoçaram. No fim do almoço, Z. entrega o exame à filha, que o abre...
O coração salta-lhe do peito!...
Tenta disfarçar... Mas a mãe, arguta e prespicaz, percebe tudo.
A. abre o envelope com o relatório: «(...)imagem espiculada e de contornos irregulares, situada no quadrante superoexterno da mama esquerda, sugestiva de neoplasia.»
"Tem aí qualquer coisa, não tem? Diz-me a verdade..." - pronuncia Z., de forma quase inaudível com a voz embargada e trémula. Os olhos já marejados de lágrimas.
"Sim, mãe, é capaz... Mas quero ouvir outra opinião, mais especializada. Amanhã vou falar com um médico de Cirurgia, para ter a certeza de que não estou a exagerar» - diz, da forma mais convicta que consegue, porém certa do que vê naquela imagem (confirmada pelo relatório médico), de onde não tira os olhos, como que com receio que o seu olhar a traia!!
A. volta para casa com o peito apertado, uma angústia terrível!
Recorda, no meio da angústia, a coragem da mãe! Sujeita a tantas cirúrgias, das quais a mais recente foi uma gastrectomia sub-total em que lhe retiraram-lhe parte do estômago devido a uma outra lesão maligna de 7mm na parede gástrica, detectada por endoscopia (exame em que o gastrenterologista introduz um tubo pela boca até ao estômago e que permite visualizar o interior dos orgãos ocos) há cerca de 8 anos. E agora mais esta!!!!
"Triste sina a desta mulher! Mais uma vez, volta a fazer parte da estatística!!
Agora relacionada com cancro da mama. Será que Deus existe?! E se existe, como permite que haja tanto sofrimento?" - são as reflexões de A., arrasada - "Tenho de tratar disto o mais depressa possível, para que ela nem se aperceba do que a espera, de novo."
Dia 1.11, quinta-feira
Logo de manhã, A. dirige-se ao Serviço de Cirurgia. Mostra o exame a uma cirurgiã, que sabe ser muito competente e conceituada, especializada no tratamento de cancro da mama.
« Dra., o que vê aqui é o mesmo que eu, não é?!»
« De quem é o exame? É seu?»
« Não. É da minha mãe. Entregou-mo ontem, já com a suspeição de que nada de bom aí se encontra. Tentei disfarçar dizendo que iria falar com alguém especializado no assunto para ter a certeza, mas vi logo do que trata. Preciso da sua ajuda!!»
« Isto é uma imagem característica de carcinoma invasor da mama. Onde é que está a sua mãe? Preciso de a observar. Há quanto tempo é que ela tem esta lesão?»
« Está em casa. Posso telefonar-lhe e mandá-la vir. Descobriu isso agora com uma mamografia de rotina.»
« Mande-a estar aqui por volta das 11h. Observo-a e se for possível fazemos uma biópsia guiada por ecografia, ainda hoje.»
« Lesão palpável não é, que ela no auto-exame não sentia nada. Muito bem, estará cá a essa hora.»
Por volta das 11:00h, Z. apresenta-se no hospital para ser observada pela cirurgiã, que confirma tratar-se de uma lesão não palpável e que necessita de intervenção imediata.
Z. é informada do que se está a passar e dos procedimentos que se seguirão.
Dirigem-se as três ao Serviço de Imagiologia e Z. é submetida à biópsia, que tem como finalidade retirar pequenas amostras do tecido mamário lesado, que posteriormente são enviadas para o Laboratório de Anatomo-patologia, onde é analisado e diagnosticado qual o tipo de tumor e, a partir do resultado são discutidos quais os procedimentos cirúrgicos e posterior terapêutica a instituir, com o apoio de uma equipa médica especializada em doenças oncológicas.
As amostras foram retiradas. Será necessário esperar pelos resultados, o que demora entre 3 dias a uma semana.
Entretanto, é necessário fazer os exames exigidos como rotina pré-cirúrgica: electrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax.
Tudo realizado no próprio dia, graças a Deus e aos pedidos directos aos clínicos das respectivas especialidades e de serviço. Agradeceu a solicitude e a simpatia.
Dia 2, sexta-feira
A. dirige-se ao departamento de Patologia para tomar conhecimento dos resultados da histologia. Fala com o anatomopatologista que lhe confirma a suspeita: carcinoma ductal (dos ductos ou canais da mama que transportam o leite para o mamilo, na altura da amamentação) de tipo invasor grau 2 (que se pode alastrar rapidamente aos tecidos vizinhos e invadi-los de células malignas).
Com o resultado na mão, A. volta a procurar a cirurgiã e comunica-lhe os resultados.
« Segunda-feira, às 9:30h, quero-a aqui. Fica internada. Na terça-feira, será operada. Vou reservar um período cirúrgico, para que possa operá-la ao fim da manhã ou inicio da tarde.»
A. dirige-se a casa dos pais e conversa com a mãe, transmitindo-lhe o pedido da médica. Informa-a de que há possibilidade de só lhe retirarem os tecidos onde está alojado o tumor (tumorectomia ou quadrantectomia), ou que, na pior da pior das hipóteses, lhe retirarão toda a mama. Mas, caso ela quisesse, ficaria o local da cirurgia preparado para fazer reconstituição da mama, implicando contudo, esta última hipótese, a sujeição a nova intervenção cirúrgica, pela C. Plástica.
Tudo ficaria dependente da sua vontade em manter o aspecto estético, como se nada se tivesse passado, pelo menos exteriormente.
« Pensa, mãezinha! O que decidires será feito!»
Dia 6.11, segunda-feira
Z. apresenta-se no hospital à hora combinada. Fica internada. O anestesista, foi vê-la à enfermaria, questionou-a sobre os seus antecedentes. Nada a objectar. Prescreveu-lhe um calmante para a fazer relaxar durante a noite.
Dia 7.11, terça-feira
Z. dormiu como já nem se lembrava de ter dormido!!
Às 12:30h, entrava no Bloco Operatório, em direcção à sala de cirurgia, já meia grogue da pré-anestesia, acompanhada da filha e de maõs dadas.
A cirurgiã, sorrindo, perguntou-lhe se andava sempre de mão dada com a filha... ela sorriu e abana afirmativamente a cabeça e, arrastando a voz, disse.
« Sra. Dra., queria fazer-lhe um pedido: Tire-me tudo! Estive a pensar e não quero o resto da mama para nada. Agora posso ficar bem, mas nada me diz que o resto que ficar não me vai trazer novos problemas... por isso, tire tudo. Vão-se os anéis e ficam os dedos. Rezei a Deus para que me ajude. Confio nele e na senhora. Faça, por favor, o que tem de ser feito. Tire-me este malvado daqui e não deixe nada!!»
A. olhou para a mãe de boca aberta, recuperou da surpresa, deu-lhe um beijo e depois de a animar [até a fez rir... e, hoje, nem se lembra do que disse (!)], despediu-se e deixou aquele local.
Recorda as últimas palavras proferidas pela mãe "Não te preocupes... Vai correr tudo bem. Aproveita para descansar!"; "Tire-me tudo!"
Grande Mãe!! Perspicaz, atenta, corajosa e com uma intuição própria de quem é MÃE e já viveu uma vida, detectou que a filha é que precisava de descansar!!!
A. refugiou-se na casa de banho que encontrou mais próxima e descarregou toda a fúria naquelas paredes, ao murro, e refriando a vontade de gritar... a sua mãe, que ia ser submetida àquela cirurgia, a quem iriam retirar parte do símbolo da feminilidade e que iria ficar com uma marca exterior, e para toda a vida, sim... ela é que tinha dito que tudo ia correr bem e que não estivesse preocupada!!!??
Às 15:30h, Z. era transportada para o recobro do Bloco, de onde seria transferida, 2h depois, de novo, para o internamento em Cirurgia.
A cirurgia tinha corrido bem, apesar de, para !! A partir dali, quem precisava de descansar era a mãe e não a filha.
Dia 9.11, sexta-feira
A recuperação foi extraordinária. Não teve dores. Correu tudo bem. Teve alta clínica.
A médica informou-a que teve de retirar os gânglios da axila e que as análises da patologia indicaram que o tumor estava circunscrito àquela zona, por isso não corria o risco de se espalhar pelo resto do corpo. No dia 15 teria de se deslocar ao hospital para ser presente à Consulta Oncológica, e que aí a informariam, depois de estudar o caso dela, qual o tratamento a que teria de se submeter.
Dia 15.11, quinta-feira
Os médicos da Consulta Oncológica foram muito animadores nas notícias.
As suas palavras foram bebidas por A., que não mais as esquecerá:
« D. Z., estamos felizes pelas boas notícias que temos para si!! A senhora teve sorte em ter feito o exame de rotina. Se não o tivesse feito, como muitas mulheres que descuidam ou não os fazem periodicamente, agora poderíamos estar perante uma situação irremediável... Não é o caso da senhora, felizmente.
Vamos seguir um protocolo oncológico que se aplica a todas as senhoras com um problema idêntico ao que passou. Como tal, vamos sujeitá-la a um tratamento que se chama quimioterapia, que é uma mistura química de medicamentos, que se destinam a eliminar qualquer célula-sentinela cancerígena. Essa mistura vai-lhe ser administrada numa veia durante 6 ciclos, um por semana. Não lhe fará cair o cabelo, como acontece frequentemente nestes casos. Depois de acabarmos este tratamento terá de fazer um outro, hormonal, durante 5 anos, para que as suas hormonas se restabeleçam da quimioterapia e não a venham a atrapalhar daqui para o futuro. Estamos combinados, D. Z.?!»
Almoçaram. No fim do almoço, Z. entrega o exame à filha, que o abre...
O coração salta-lhe do peito!...
Tenta disfarçar... Mas a mãe, arguta e prespicaz, percebe tudo.
A. abre o envelope com o relatório: «(...)imagem espiculada e de contornos irregulares, situada no quadrante superoexterno da mama esquerda, sugestiva de neoplasia.»
"Tem aí qualquer coisa, não tem? Diz-me a verdade..." - pronuncia Z., de forma quase inaudível com a voz embargada e trémula. Os olhos já marejados de lágrimas.
"Sim, mãe, é capaz... Mas quero ouvir outra opinião, mais especializada. Amanhã vou falar com um médico de Cirurgia, para ter a certeza de que não estou a exagerar» - diz, da forma mais convicta que consegue, porém certa do que vê naquela imagem (confirmada pelo relatório médico), de onde não tira os olhos, como que com receio que o seu olhar a traia!!
A. volta para casa com o peito apertado, uma angústia terrível!
Recorda, no meio da angústia, a coragem da mãe! Sujeita a tantas cirúrgias, das quais a mais recente foi uma gastrectomia sub-total em que lhe retiraram-lhe parte do estômago devido a uma outra lesão maligna de 7mm na parede gástrica, detectada por endoscopia (exame em que o gastrenterologista introduz um tubo pela boca até ao estômago e que permite visualizar o interior dos orgãos ocos) há cerca de 8 anos. E agora mais esta!!!!
"Triste sina a desta mulher! Mais uma vez, volta a fazer parte da estatística!!
Agora relacionada com cancro da mama. Será que Deus existe?! E se existe, como permite que haja tanto sofrimento?" - são as reflexões de A., arrasada - "Tenho de tratar disto o mais depressa possível, para que ela nem se aperceba do que a espera, de novo."
Dia 1.11, quinta-feira
Logo de manhã, A. dirige-se ao Serviço de Cirurgia. Mostra o exame a uma cirurgiã, que sabe ser muito competente e conceituada, especializada no tratamento de cancro da mama.
« Dra., o que vê aqui é o mesmo que eu, não é?!»
« De quem é o exame? É seu?»
« Não. É da minha mãe. Entregou-mo ontem, já com a suspeição de que nada de bom aí se encontra. Tentei disfarçar dizendo que iria falar com alguém especializado no assunto para ter a certeza, mas vi logo do que trata. Preciso da sua ajuda!!»
« Isto é uma imagem característica de carcinoma invasor da mama. Onde é que está a sua mãe? Preciso de a observar. Há quanto tempo é que ela tem esta lesão?»
« Está em casa. Posso telefonar-lhe e mandá-la vir. Descobriu isso agora com uma mamografia de rotina.»
« Mande-a estar aqui por volta das 11h. Observo-a e se for possível fazemos uma biópsia guiada por ecografia, ainda hoje.»
« Lesão palpável não é, que ela no auto-exame não sentia nada. Muito bem, estará cá a essa hora.»
Por volta das 11:00h, Z. apresenta-se no hospital para ser observada pela cirurgiã, que confirma tratar-se de uma lesão não palpável e que necessita de intervenção imediata.
Z. é informada do que se está a passar e dos procedimentos que se seguirão.
Dirigem-se as três ao Serviço de Imagiologia e Z. é submetida à biópsia, que tem como finalidade retirar pequenas amostras do tecido mamário lesado, que posteriormente são enviadas para o Laboratório de Anatomo-patologia, onde é analisado e diagnosticado qual o tipo de tumor e, a partir do resultado são discutidos quais os procedimentos cirúrgicos e posterior terapêutica a instituir, com o apoio de uma equipa médica especializada em doenças oncológicas.
As amostras foram retiradas. Será necessário esperar pelos resultados, o que demora entre 3 dias a uma semana.
Entretanto, é necessário fazer os exames exigidos como rotina pré-cirúrgica: electrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax.
Tudo realizado no próprio dia, graças a Deus e aos pedidos directos aos clínicos das respectivas especialidades e de serviço. Agradeceu a solicitude e a simpatia.
Dia 2, sexta-feira
A. dirige-se ao departamento de Patologia para tomar conhecimento dos resultados da histologia. Fala com o anatomopatologista que lhe confirma a suspeita: carcinoma ductal (dos ductos ou canais da mama que transportam o leite para o mamilo, na altura da amamentação) de tipo invasor grau 2 (que se pode alastrar rapidamente aos tecidos vizinhos e invadi-los de células malignas).
Com o resultado na mão, A. volta a procurar a cirurgiã e comunica-lhe os resultados.
« Segunda-feira, às 9:30h, quero-a aqui. Fica internada. Na terça-feira, será operada. Vou reservar um período cirúrgico, para que possa operá-la ao fim da manhã ou inicio da tarde.»
A. dirige-se a casa dos pais e conversa com a mãe, transmitindo-lhe o pedido da médica. Informa-a de que há possibilidade de só lhe retirarem os tecidos onde está alojado o tumor (tumorectomia ou quadrantectomia), ou que, na pior da pior das hipóteses, lhe retirarão toda a mama. Mas, caso ela quisesse, ficaria o local da cirurgia preparado para fazer reconstituição da mama, implicando contudo, esta última hipótese, a sujeição a nova intervenção cirúrgica, pela C. Plástica.
Tudo ficaria dependente da sua vontade em manter o aspecto estético, como se nada se tivesse passado, pelo menos exteriormente.
« Pensa, mãezinha! O que decidires será feito!»
Dia 6.11, segunda-feira
Z. apresenta-se no hospital à hora combinada. Fica internada. O anestesista, foi vê-la à enfermaria, questionou-a sobre os seus antecedentes. Nada a objectar. Prescreveu-lhe um calmante para a fazer relaxar durante a noite.
Dia 7.11, terça-feira
Z. dormiu como já nem se lembrava de ter dormido!!
Às 12:30h, entrava no Bloco Operatório, em direcção à sala de cirurgia, já meia grogue da pré-anestesia, acompanhada da filha e de maõs dadas.
A cirurgiã, sorrindo, perguntou-lhe se andava sempre de mão dada com a filha... ela sorriu e abana afirmativamente a cabeça e, arrastando a voz, disse.
« Sra. Dra., queria fazer-lhe um pedido: Tire-me tudo! Estive a pensar e não quero o resto da mama para nada. Agora posso ficar bem, mas nada me diz que o resto que ficar não me vai trazer novos problemas... por isso, tire tudo. Vão-se os anéis e ficam os dedos. Rezei a Deus para que me ajude. Confio nele e na senhora. Faça, por favor, o que tem de ser feito. Tire-me este malvado daqui e não deixe nada!!»
A. olhou para a mãe de boca aberta, recuperou da surpresa, deu-lhe um beijo e depois de a animar [até a fez rir... e, hoje, nem se lembra do que disse (!)], despediu-se e deixou aquele local.
Recorda as últimas palavras proferidas pela mãe "Não te preocupes... Vai correr tudo bem. Aproveita para descansar!"; "Tire-me tudo!"
Grande Mãe!! Perspicaz, atenta, corajosa e com uma intuição própria de quem é MÃE e já viveu uma vida, detectou que a filha é que precisava de descansar!!!
A. refugiou-se na casa de banho que encontrou mais próxima e descarregou toda a fúria naquelas paredes, ao murro, e refriando a vontade de gritar... a sua mãe, que ia ser submetida àquela cirurgia, a quem iriam retirar parte do símbolo da feminilidade e que iria ficar com uma marca exterior, e para toda a vida, sim... ela é que tinha dito que tudo ia correr bem e que não estivesse preocupada!!!??
Às 15:30h, Z. era transportada para o recobro do Bloco, de onde seria transferida, 2h depois, de novo, para o internamento em Cirurgia.
A cirurgia tinha corrido bem, apesar de, para !! A partir dali, quem precisava de descansar era a mãe e não a filha.
Dia 9.11, sexta-feira
A recuperação foi extraordinária. Não teve dores. Correu tudo bem. Teve alta clínica.
A médica informou-a que teve de retirar os gânglios da axila e que as análises da patologia indicaram que o tumor estava circunscrito àquela zona, por isso não corria o risco de se espalhar pelo resto do corpo. No dia 15 teria de se deslocar ao hospital para ser presente à Consulta Oncológica, e que aí a informariam, depois de estudar o caso dela, qual o tratamento a que teria de se submeter.
Dia 15.11, quinta-feira
Os médicos da Consulta Oncológica foram muito animadores nas notícias.
As suas palavras foram bebidas por A., que não mais as esquecerá:
« D. Z., estamos felizes pelas boas notícias que temos para si!! A senhora teve sorte em ter feito o exame de rotina. Se não o tivesse feito, como muitas mulheres que descuidam ou não os fazem periodicamente, agora poderíamos estar perante uma situação irremediável... Não é o caso da senhora, felizmente.
Vamos seguir um protocolo oncológico que se aplica a todas as senhoras com um problema idêntico ao que passou. Como tal, vamos sujeitá-la a um tratamento que se chama quimioterapia, que é uma mistura química de medicamentos, que se destinam a eliminar qualquer célula-sentinela cancerígena. Essa mistura vai-lhe ser administrada numa veia durante 6 ciclos, um por semana. Não lhe fará cair o cabelo, como acontece frequentemente nestes casos. Depois de acabarmos este tratamento terá de fazer um outro, hormonal, durante 5 anos, para que as suas hormonas se restabeleçam da quimioterapia e não a venham a atrapalhar daqui para o futuro. Estamos combinados, D. Z.?!»
Esta estória que aqui deixo sobre o que se passou com Z., é o retrato fiel do percurso a que muitas mulheres têm de se submeter para vencer o cancro da mama.
O meu intuito, em deixá-lo aqui, é também um alerta: não deixem de realizar os vossos exames médicos por rotina, quaisquer que eles sejam.
O meu intuito, em deixá-lo aqui, é também um alerta: não deixem de realizar os vossos exames médicos por rotina, quaisquer que eles sejam.
TODAS AS DOENÇAS ONCOLÓGICAS TÊM CURA, SE DETECTADAS ATEMPADAMENTE.
Adenda:
A informação que a internet disponibiliza sobre este assunto é muito vasta, mas destaco alguns sites:
http://www.ligacontracancro.pt/
www.hvn.es/.../ginecologia/recomendaciones.php
http://www.radiologiacat.org/casos/hterrassa011006/ht4.htm
Peço desculpa pela extensão do post, mas o assunto merecia-o.
Adenda:
A informação que a internet disponibiliza sobre este assunto é muito vasta, mas destaco alguns sites:
http://www.ligacontracancro.pt/
www.hvn.es/.../ginecologia/recomendaciones.php
http://www.radiologiacat.org/casos/hterrassa011006/ht4.htm
blog comments powered by Disqus