Solidão
Postado por
Maria Sá Carneiro
em segunda-feira, 7 de abril de 2008
...
É uma ilha deserta num meio de um pretenso oásis de gente, gente que se move , que fala sem nos ouvir, que gesticula, que olha sem ver.
É a ausência de um sorriso, de um abraço, de um olhar compreensivo, quando nos sentimos abandonados e perdidos.
Quantas vezes precisávamos de um sorriso, de um simples olhar.
Numa época em está na moda "as almas partidas", perdidas, desencontradas, como se se tratasse de uma bandeira que se agita em busca da diferença.
Para quê tanto afinco em busca da diferença, quando não há duas pessoas iguais?
Porque não procuramos as afinidades? Porque não buscamos aqueles com que nos identificamos?
Julgo que nos centramos em demasia em nós próprios. Partimos de nós, olhamos primeiro para nós, fazemos tudo por comparação a nós.
Perdemos a capacidade de ser solidários, amigos, e acima de tudo, de sermos companheiros. De partilhar!
E o vazio chega devagar, de pantufas... só ouvimos um leve ruído, ao longe... Vai entrando em nós, mais um dia sem um sorriso, sem um olhar.
Às vezes sacudimos, afastamos esse sentimento de abandono, mas ele volta. Oh! Se volta, nem pede licença... Volta em forma de pesadelo, de azia, de desconforto - um dia é um simples mal- estar, uma semana depois é um arrepio... um valente pesadelo!
Interrogamos-nos porquê, o que se passa, será o dia cinzento, será a altura do mês?
É o cansaço de lutar... De precisar de pedir, de dar e pouco receber. O sentir que a infância triste volta, neste mundo de hoje tão frio e egoísta...
Façamos mais e melhor!
Maria Sá Carneiro
blog comments powered by Disqus