Um sorriso e... uma lágrima
Postado por
Anónimo
em sexta-feira, 25 de abril de 2008
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Hoje, estava a trabalhar e assisti a um episódio, de entre muitos que vejo diariamente, que nos engrandecem a alma.
Um pai, acompanhando uma criança, com cerca de 5 anos, entrou no Serviço de Radiologia, do Hospital de Braga, para fazer um TAC.
A criança, por se ter debruçado numa varanda com uma altura de cerca de 3 metros de altura, tinha caído e fracturado a cabeça... Foi operada de urgência.
O pai, com um olhar ansioso, acarinhava o filho com tanto amor, que me enterneceu! Tentava tranquilizá-lo, mimando-o com uma ternura!...
Entraram ambos na sala de exames e a criança pedia-lhe que não lhe largasse a mão, apertando-a com tamanha força que os nós dos dedos se viam de tão brancos...
Entraram ambos na sala de exames e a criança pedia-lhe que não lhe largasse a mão, apertando-a com tamanha força que os nós dos dedos se viam de tão brancos...
Terminado o exame, a porta abriu-se...
O pai (que tinha permanecido no interior da sala de exames com o filho, assistindo ao exame) perguntou à técnica se estava tudo bem, fixando-a na busca de certezas, perante a incerteza e dúvida que lhe pairavam no coração...
“Sim. Está tudo bem. Ele está muito bem. Fique tranquilo. A operação correu muito bem e ele vai ficar melhor... Vai ver que dentro em breve irá ter alta e poderá voltar para casa.”
Num gesto de gratidão, aquele pai agarrou nas mãos da Técnica e beijou-lhas, com as lágrimas a caírem-lhe pela cara abaixo:
“Muito obrigado! Muito obrigado, minha senhora! Graças a Deus!... Sabe, eu e a minha esposa estamos à espera de outro filho... aconteceu este acidente... mas agora já lhe posso dizer que o nosso filho está bem! Temia por ela e por ele. Graças a Deus... Nem imagina a nossa aflição e angústia...”
A Técnica olhou para aqueles olhos... um misto de sofrimento e ansiedade desvaneceu-se... dando lugar a um sorriso aberto...
Despediu-se e virando as costas, com os olhos marejados de lágrimas, regressou ao interior da sala de exames, ao sítio de onde partem as “sentenças” de vida ou de morte anunciada...
Sentiu-se gratificada por aquele gesto... por ter visto esperança e gratidão espelhadas naquele rosto e, naqueles olhos, uma alegria tão grande!...
“Este pai fez-me “ganhar” o dia... encheu-me o coração...” – comentou, agora com um sorriso na face, secando uma lágrima, que teimava em cair.
Embrenhou-se, de novo, no seu trabalho...
Muitos outros doentes aguardavam, porém, a sua “sentença”... Mas também, uma palavra amiga, de conforto, de carinho... não de um pai... mas de esperança em melhores dias!
Hoje, foi um dia daqueles... pesados!