Os perigos da SIC: a distorção pública do que é um blogger
Postado por
Curiosa Qb
em terça-feira, 3 de junho de 2008
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Vi e revi esse “Aqui e agora” de 29 de Maio na SIC, sobre os “Perigos da Internet”, apesar de ainda não me ter pronunciado sobre ele, e já ser largamente debatido na blogosfera. Pois bem:
De facto, o programa revelou um péssimo profissionalismo, quer do Rodrigues Guedes de Carvalho quer do serviço que a SIC presta, denotando-se em todo ele a emanação duma sintonia no discurso que apela à legislação e censura na internet, camuflando isso com os casos de injúria, violação de privacidade, entre outros, que não deixam de existir, mas que apenas foram um pretexto mal debatido, soando a tom ressabiado. Como disse, e muito bem, José Gameiro, provavelmente a única pessoa daquele painel com plasticidade mental e que tem a capacidade de compreender diferentes modos de estar na vida, «isso é outro baralho».
Considero também ser outro baralho, e no que respeita ao Do Portugal Profundo, porque José Sócrates não foi alvo deste blogue, foi alvo sim dos seus rabos-de-palha, e continuará a ser alvo de crítica de vários portugueses conscienciosos (de alguns fala barato iguais a si, também, depende da conveniência), não exclusivamente do António Balbino Caldeira, como se pretendeu transmitir, a meu ver, sendo exemplo os processos que José Sócrates e Paulo Pedroso lhe moveram.
Efectivamente nesse programa baralharam os diversos baralhos, fazendo por esquecer o poder que uma má informação provoca em quem assiste. Talvez o propósito tenha sido mesmo esse, caso contrário não tinham "trocado os pés pelas mãos" da forma como o fizeram, pois creio que o jornalista, o advogado e o criminologista (ou autarca, ou comentador profissional ou lá o quê) têm inteligência suficiente para não se prestarem a tais papéis, salvo se os quiserem representar.
Moita Flores no seu sincronismo verbal com Rogério Alves, cheirando a rosas, lá se sentiu escudado e disfarçou a sua gaguez intelectual quando contraposto por José Gameiro – não basta ler uns relatórios, uns artigos de psiquiatria ou psicologia forense ou outra, para sermos entendidos na área, quanto mais para se debitar generalizações sobre pensamentos, comportamentos ou emoções das pessoas que têm ou comentam em blogues.
Parafraseando novamente José Gameiro, «acho que as pessoas que escrevem blogues têm a oportunidade na internet de finalmente expor, de escrever coisas que não seriam publicadas provavelmente, ou que dificilmente seriam. Acho que é um direito que elas têm. Acho que é uma boa partilha com as outras pessoas. Acho que não podemos transformar isto numa coisa negativa. A internet tem muita coisa negativa, mas isto, acho que é uma possibilidade infinita de mostrarem aquilo que escrevem a milhares de pessoas».
Os perigos na internet são imensos, as injurias e calúnias são a rodos por esse mundo fora, tal não se confina a blogues, basta mau carácter. O direito que me assiste a criticar este programa é o mesmo que assiste qualquer um dos seus intervenientes nos seus comentários, e mesmo que eu escreva com um pseudónimo (coisa que até foi utilizada por diversos escritores e jornalistas de gabarito, não que eu lhes seja comparável no engenho, pois não tenho para tanto) pelo menos não sou paga para debitar opiniões. Faço-o porque me apraz, e isto nada tem de cobardia, falta de escrúpulos, frustração, solidão ou narcisismo. Lê-me quem tiver na disposição, comenta quem quiser, concordando ou não.
Costuma-se dizer que “cada caso é um caso” e as “opiniões valem o que valem”, e esta é a minha, mesmo que fique aquém do muito que queria dizer, mesmo que inserida «num mundo de devassa e de violentação» como lhe chamou Rogério Alves e Moita Flores, pois o maior estrago da internet foi feito por este programa baralhado, este sim «violador e o principal destruidor dos direitos que a constituição nos dá», na medida em que foi tendenciosamente parcial e nada didáctico.
De facto, o programa revelou um péssimo profissionalismo, quer do Rodrigues Guedes de Carvalho quer do serviço que a SIC presta, denotando-se em todo ele a emanação duma sintonia no discurso que apela à legislação e censura na internet, camuflando isso com os casos de injúria, violação de privacidade, entre outros, que não deixam de existir, mas que apenas foram um pretexto mal debatido, soando a tom ressabiado. Como disse, e muito bem, José Gameiro, provavelmente a única pessoa daquele painel com plasticidade mental e que tem a capacidade de compreender diferentes modos de estar na vida, «isso é outro baralho».
Considero também ser outro baralho, e no que respeita ao Do Portugal Profundo, porque José Sócrates não foi alvo deste blogue, foi alvo sim dos seus rabos-de-palha, e continuará a ser alvo de crítica de vários portugueses conscienciosos (de alguns fala barato iguais a si, também, depende da conveniência), não exclusivamente do António Balbino Caldeira, como se pretendeu transmitir, a meu ver, sendo exemplo os processos que José Sócrates e Paulo Pedroso lhe moveram.
Efectivamente nesse programa baralharam os diversos baralhos, fazendo por esquecer o poder que uma má informação provoca em quem assiste. Talvez o propósito tenha sido mesmo esse, caso contrário não tinham "trocado os pés pelas mãos" da forma como o fizeram, pois creio que o jornalista, o advogado e o criminologista (ou autarca, ou comentador profissional ou lá o quê) têm inteligência suficiente para não se prestarem a tais papéis, salvo se os quiserem representar.
Moita Flores no seu sincronismo verbal com Rogério Alves, cheirando a rosas, lá se sentiu escudado e disfarçou a sua gaguez intelectual quando contraposto por José Gameiro – não basta ler uns relatórios, uns artigos de psiquiatria ou psicologia forense ou outra, para sermos entendidos na área, quanto mais para se debitar generalizações sobre pensamentos, comportamentos ou emoções das pessoas que têm ou comentam em blogues.
Parafraseando novamente José Gameiro, «acho que as pessoas que escrevem blogues têm a oportunidade na internet de finalmente expor, de escrever coisas que não seriam publicadas provavelmente, ou que dificilmente seriam. Acho que é um direito que elas têm. Acho que é uma boa partilha com as outras pessoas. Acho que não podemos transformar isto numa coisa negativa. A internet tem muita coisa negativa, mas isto, acho que é uma possibilidade infinita de mostrarem aquilo que escrevem a milhares de pessoas».
Os perigos na internet são imensos, as injurias e calúnias são a rodos por esse mundo fora, tal não se confina a blogues, basta mau carácter. O direito que me assiste a criticar este programa é o mesmo que assiste qualquer um dos seus intervenientes nos seus comentários, e mesmo que eu escreva com um pseudónimo (coisa que até foi utilizada por diversos escritores e jornalistas de gabarito, não que eu lhes seja comparável no engenho, pois não tenho para tanto) pelo menos não sou paga para debitar opiniões. Faço-o porque me apraz, e isto nada tem de cobardia, falta de escrúpulos, frustração, solidão ou narcisismo. Lê-me quem tiver na disposição, comenta quem quiser, concordando ou não.
Costuma-se dizer que “cada caso é um caso” e as “opiniões valem o que valem”, e esta é a minha, mesmo que fique aquém do muito que queria dizer, mesmo que inserida «num mundo de devassa e de violentação» como lhe chamou Rogério Alves e Moita Flores, pois o maior estrago da internet foi feito por este programa baralhado, este sim «violador e o principal destruidor dos direitos que a constituição nos dá», na medida em que foi tendenciosamente parcial e nada didáctico.
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