Olissipo: a odisseia continua
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Álvaro de Campos
Ouvi nas notícias o "problema" que é o Cemitério de Carnide, tantas vezes apregoado como o maior vá se lá saber de quê. A noticia focou que o solo ao invés de auxiliar à decomposição dos corpos conserva-os, também referiu que se tratou de um projecto de Krus Abecassis.
Ficou por focar o facto de Krus Abecassis enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) ter tido vários projectos em estudo e análise, entre os quais o Cemitério-Jardim de Carnide, mas que muitos desses mesmos projectos foram conduzidos por outros que o sucederam no cargo, como é o caso deste.
O nível freático e o género de solo argiloso - laboraram antigamente na zona diversas fábricas de tijolos - de Carnide, sempre foram inconvenientes à construção do Cemitério nesse local. Pensaram que o problema seria resolvido através da instalação dum sistema de drenagem - inferior ao ângulo de inumação - e também pela rectificação das particularidades do solo, conseguida através da remoção do existente e da colocação de outro no local. Abecassis cogitou na década de 80 e a obra iniciou-se com Jorge Sampaio nos idos 90, sendo o Cemitério inaugurado no início de 1996 já com João Soares ao leme da capital.