O Medo
Postado por
Maria Sá Carneiro
em segunda-feira, 29 de setembro de 2008
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Pedes-me que te esqueça, que não me deixe ir…então porque não me deixas em paz! Deixa-me dormir!
Já não quero um mar de rosas, apenas quero paz!
Basta-me um sorriso, ou não, basta-me uma tarde de calma, ou não, mas guerra, ciúmes, inveja…foram guerras de mais, não digas que não, foram sim.
Ideias circulares, guerras sem sentido, de tanta gente que já se encontrava na fila para partir, de nada adiantou, apenas dor sem sentido.
Será assim tão difícil deixar cair os sonhos grandes demais, para ter uma vida tranquila, pequena na ambição e grande na dimensão humana.
Ninguém muda de facto, mas é possível crescer, é possível deixar de manipular, de chantagear os que amamos, transformar a dor interior num sorriso, num projecto de dimensão caseira, onde no nosso silêncio da noite em vez de sonharmos em vencer os mortos, vivamos a esperança em lidar com os vivos.
Nunca pensei que pudesses lavar aquela panela de arroz, que me desses um abraço, que gabasses as minhas bricolages… se soubesses como me tocaste!
Pareço ridícula eu sei, mas não sou! Sou capaz de amar para além do que muita gente sequer sonha que existe.
Levei muitos anos a acreditar nisto, ouvi-o de mil e formas, mas não fui capaz nem de aceitar nem de o reconhecer, mas quando te vi lavar a panela, fez-se luz, ajudei-te a crescer, ajudei-te a seres melhor!
Confortou-me a imagem, confortou-me o teu sorriso, a tua conversa com a panela que ficou a brilhar!
Parece que finalmente já não me odeias, já me toleras, e já sabes viver com a minha presença na tua vida.
Ainda bem, sabes preciso de ti!
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